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    Faro: propostas para uma redefinição identitária

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    Como escreveu José Ortega y Gasset «a cidade nasce do instinto oposto ao doméstico. Edifica-se a casa para estarmos nela; funda-se a cidade para sairmos de casa e para nos reunirmos com os outros que também saíram das suas casas (…). A urbe é, antes de mais, praça, fórum, ágora; lugar para a conversação, para a disputa, para a eloquência, para a política».1 Pode mesmo dizer-se, seguindo um outro filósofo, desta vez Aristóteles, que foi a cidade que «inventou o cidadão». Nada mais natural, portanto, que uma associação de promoção de uma cidadania activa e consciente, promova um debate sobre a «Cidade», sobre a «nossa cidade». Aproveito, por isso, para agradecer desde já o convite que me foi dirigido pela CIVIS para estar aqui presente. Devo afirmar à partida que, embora seja sociólogo e farense, nunca me considerei um «sociólogo farense». Isto porque, até ao desafio da CIVIS, e independentemente de algumas tentações de denúncia ou de indignação pelas quais todos passamos, nunca elegi a minha cidade como objecto de reflexão sociológica. O mais perto que estive de Faro num trabalho científico foi durante a realização da minha dissertação de licenciatura sobre Lendas de Mouras Encantadas… Ao contrário do que se poderia esperar da intervenção de um sociólogo, não trouxe dados estatísticos ou análises sociográficas ou demográficas da população, ou ainda descrições de modos de vida e de culturas urbanas. Uma vez que as intervenções que me precederam versaram sobre as questões do urbanismo, da economia e da relação da cidade com o mar. Gostaria de trazer a este fórum um outro tema, mais relacionado com a vertente simbólica da cidade: o tema da identidade urbana, em particular, o da identidade de Faro e da sua imagem e enquanto cidade. Trago-vos, portanto, um texto, necessariamente curto, que pretensiosamente intitulei: «Faro: propostas para uma redefinição identitária». Um texto que, naturalmente, servirá apenas para lançar algumas ideias para o debate que se seguirá

    Racismo na sociedade portuguesa contemporânea: «flagrante» ou «subtil»?

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    Fundação para a Ciência e Tecnologia e Fundo Social Europeu através do IIIº Quadro Comunitário de ApoioNos últimos trinta anos, a sociedade portuguesa sofreu profundas transformações. Entre muitas outras, destaca-se o facto de se ter tornado na sociedade de acolhimento para muitos imigrantes que transportam consigo as suas características culturais e identitárias, bem como os seus traços fenotípicos. Nas relações entre os portugueses e as colectividades históricas presentes no território, o racismo nem sempre está ausente. Esta comunicação procura precisamente fornecer algumas pistas para a compreensão dos fenómenos de carácter racista que são actualmente observáveis na sociedade portuguesa. A metodologia desta pesquisa utilizou as entrevistas não-directivas ou semi-directivas aos actores sociais que, duma forma ou de outra estavam mais próximos do racismo “vivido” em Portugal. As conclusões que aqui são apresentadas resultam portanto da análise de um conjunto de entrevistas feitas a dirigentes das principais associações de imigrantes, das associações ciganas, das ONGs de combate ao racismo e de defesa dos direitos humanos, aos representantes das principais uniões sindicais, aos responsáveis políticos pela integração dos imigrantes e das minorias étnicas e a cidadãos anónimos nacionais e estrangeiros. Uma das mais importantes pesquisas empíricas inteiramente consagradas ao racismo na sociedade portuguesa contemporânea teve como quadro teórico de base o modelo psicosociológico de Petigrew e Meertens que introduz a distinção entre “racismo flagrante” e “racismo subtil”. Trata-se da investigação levada a cabo por Jorge Vala e pelos seus colaboradores.[2] O modelo utilizado pela pesquisa mencionada parte da hipótese segundo a qual o pensamento do senso comum teria acompanhado as mutações observadas nos domínios científico e político e teria substituído as explicações biológicas do comportamento pelas explicações culturais. Uma das expressões desses “novo racismo” seria precisamente o deslocamento do tema das hierarquias raciais para o tema da absolutização das diferenças culturais, aparecendo este último sob a forma “velada” ou “subtil”. Segundo as conclusões da investigação referida, os preconceitos racistas dos “portugueses relativamente aos negros” obedecem aos mesmos esquemas encontrados noutras sociedades “formalmente anti-racistas”. Isto é, a forma mais explicita e biologizante do racismo, o “racismo flagrante” teria sido substituída, em Portugal, por um “racismo subtil”, mais normativo e de contornos culturalistas. Ora a pesquisa que aqui apresentamos obriga-nos a relativizar o alcance destes enunciados, ao demonstrar que há muito pouco de “subtil” em muitas manifestações de racismo que são observáveis na sociedade portuguesa. A própria insistência científica no paradigma do “racismo subtil” tem como “efeito perverso” a ocultação das manifestações mais “flagrantes” do fenómeno. O sociólogo pode com toda a legitimidade interrogar-se sobre o sentido da evacuação das características societais e históricas na produção e reprodução dos preconceitos raciais e do racismo. Não se trata de afirmar que as atitudes de racismo subtil, tal como elas são medidas pelos psicólogos sociais, não existam, trata-se de defender que estas não substituíram completamente os comportamentos de “racismo flagrante”. Por um lado, os ciganos são actualmente alvos de um racismo “flagrante” de características “diferencialistas” que se concretiza na sua violenta rejeição e afastamento. São a segregação e o desejo de expulsão desta comunidade que são preponderantes. Por outro lado, os imigrantes e os seus descendentes são sobretudo alvo de um racismo “desigualitário”, claramente urbano, mas em todo caso subsidiário dos preconceitos biologizantes herdados do passado colonial. Neste caso, são a inferiorização e a discriminação em múltiplos domínios da vida social, eventualmente também a violência verbal, que constituem as principais manifestações desta forma de racism

    The good, the bad and the ugly: a relação entre o uso das redes sociais e o desempenho numa tarefa de controlo de resposta

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    Given the current literature debate on whether or not Problematic Use of Social Media can be considered a behavioral addiction, the present study had the purpose to examine the differences between different levels of Social Media Addiction (no risk, at-risk and addicted) in inhibitory control and cognitive flexibility, in an Emotional Go/No-Go Task. Emotional stimuli included Social Media (SM) cues, and neutral stimuli were Traffic Signs (TS). The paradigm involved two main tasks: SM Go, where participants developed a response to SM stimuli and ignored TF cues and a TS Go, where the contrary response occurred. Order of conditions was randomized. Attentional bias and inhibitory control were inferred from the interaction level of addiction x Go-Condition, and cognitive flexibility by the interaction level of addiction x Order of the Go-Conditions. Results showed the presence of an attentional bias towards SM cues in SM Go-Condition in the at-risk and addicted groups, but only in SM Go-Condition. The addicted group also showed a significantly better discriminative ability in SM Go-Condition than the at-risk group, but only among those who started the paradigm with SM Go-Condition. A lower decision bias was equally seen in the addicted group in comparison to the no-risk group. With the growing use of SM, this study has some implications. These results suggest that individuals with low-medium SM addiction symptoms severity may just not be interested in controlling their SM use patterns, instead of having real deficits in inhibiting their behaviorDado o atual debate em relação a se o Uso Problemático das Redes Sociais consiste ou não numa adição comportamental, o presente estudo teve como objetivo examinar as diferenças no controlo inibitório e flexibilidade cognitiva entre grupos de diferentes níveis de severidade de adição às redes sociais (sem risco, em risco, dependente), numa tarefa Go/No-Go Emocional. Os estímulos emocionais incluíram estímulos relacionados com as Redes Sociais (RS), e os estímulos neutros constituíram Sinais de Trânsito (ST). O paradigma envolveu duas tarefas principais: Condição RS-Go, onde os participantes responderam a estímulos das RS e ignoraram os ST; e a Condição ST-Go, onde desenvolveram a resposta contrária. A ordem das condições foi aleatorizada. O viés cognitivo e o controlo inibitório foram inferidos através da interação nível de adição às RS x Condição-Go, e a flexibilidade cognitiva pela interação nível de adição às RS x Ordem das Condições. Resultados principais indicaram a presença de um viés atencional em direção a estímulos das RS na Condição RS-Go no grupo em-risco e dependente das RS. O grupo dependente apresentou significativamente também uma melhor capacidade discriminativa na Condição RS-Go em comparação ao grupo em risco, mas apenas entre aqueles que começaram o paradigma com a Condição RS-Go. O grupo dependente revelou igualmente um viés decisional significativamente mais baixo na condição RS-Go em comparação ao grupo sem risco. Com a crescente utilização das RS, o presente estudo apresenta algumas implicações. Os resultados sugerem que indivíduos com uma severidade baixa-moderada de sintomatologia de adição às RS podem não estar interessados em controlar os seus padrões de uso às RS, em vez de apresentarem défices reais na sua capacidade inibitória.Mestrado em Psicologia da Saúde e Reabilitação Neuropsicológic

    Generic coordination methodologies applied to the robocup simulation leagues

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    Tese de mestrado integrado. Engenharia Informática e Computação. Faculdade de Engenharia. Universidade do Porto. 201

    Customer analysis in a provider of electronic services in the field of freight transport

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    Dissertação de mestrado em EconomiaThis article aims to present the internship program developed at Ontruck, in order to obtain the Master's degree in Economics from the University of Minho. Ontruck is a start-up that develops a digital platform to connect transport service providers with customers. Among transport institutions, Ontruck is a freight forwarder, whose main function is to organize the transportation of goods from one place to another for their clients. In the case of Ontruck, the company generates profits through the difference between the price at which it sells the shipment to its client and the price at which the carriers accept to make the shipment. Also, the transportation of goods plays a crucial role in the economy. It allows companies to supply their production or assembly sites with raw materials and production tools, but also to reach their final customers. Today, the importance of the transport sector is constantly increasing due to the ever-shorter delivery times caused by new consumption patterns and the environmental challenges of our century. Based on the structure of the company and the role that transport companies play, considering the trainee's higher education, it is justified to choose this type of establishment for the first contact with the labor market. The internship program focused on the commercial departments in order to acquaint the intern with the products and services offered by the company and the transactions that take place there. In this project, we described the areas studied, the main activities carried out and the suggestions made to the relevant departments, where necessary

    Higher education institutions and international students’ hindrances: a case of students from the African Portuguese-speaking countries at two European Portuguese universities

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    We present a study to comprehend if the support given by higher education institution (HEI) to international students coming from the PortugueseSpeaking African Countries meets their academic and social hindrances. Our starting point was a set of semi-structured interviews focused on the perspectives of these students, their Professors and Course Directors as well as on the perspectives of HEI’ staff. Despite findings indicate a positive institutional support, it seems there is still much to do in order to do it properly with these students. These different perspectives will allow us to reflect on the impact that those actions/resources have on the path of students from Portuguese-Speaking African Countries and to systematize suggestions to enhance their experiences in HE.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Synchronized events in mobile systems physically nearby

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    The advances and convergence of information technology and communication technologies in mobile devices, enables the creation of ubiquitous applications for these devices. In this paper, we propose a system capable of producing a certain coordinate effect between the mobile devices of the spectators present at an event

    A perda de tradição e a falta de ação social na indústria da construção

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    A Engenharia apresente boa saúde relativamente aos aspetos de desenvolvimento científico e tecnológico. No entanto, ela parece atualmente frágil no que respeita aos aspetos da tradição e da ação social no setor da construção. O panorama geral relativamente à preservação de técnicas tradicionais na construção mostra-se bastante desanimador, e por outro lado, é identificada a falta de movimento social no setor da construção

    "And [they] built a crooked h[arbour]" - the Schrems ruling and what it means for the future of data transfers between the EU and US

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    ABSTRACT: Safe Harbour (Henceforth, SH) has been the main enabler of EU-US personal data transfers since Decision 2000/520/EC came into force. Initially, Safe Harbour was seen as an innovative solution to a difficult problem. However, the problems the agreement was created to solve were never remedied. Thus, it did not come as a surprise that the Court of Justice of the European Union (hereinafter, CJEU), in Case C-362/14 (the Schrems ruling), deemed the agreement invalid. In the story “And he built a crooked house”, the infamous ‘crooked house’, designed by Robert A. Heinlein’s character Quintus Teal, mirrors SH’s flawed design. It also exemplifies the fact that great innovations can fail if not thought through carefully. Although the Schrems ruling’s scope does not go beyond Decision 2000/520/EC, it will force European Data Protection Agencies to look deeper into alternative data transfer mechanisms and possibly, consider transfers to jurisdictions other than the US. Furthermore, this decision highlights the fact that if any progress on this front is going to be made going forward regarding personal data transfers, any solution(s) would have to be made at a global level. This paper will provide an overview of the implications of the CJEU ruling on data transfers between the EU and the US going forward.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    REMPLI discreet event simulation results

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    This document makes a brief review on the results of the REMPLI Discreet Event Simulation system used to test the REMPLI Transport Layer. An introduction on the REMPLI Discreet Event Simulation system is made on HURRAY-TR-070903
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